Profissões que são sobre animais

Profissão: veterinário


Quem já não pensou em ser veterinário? Praticamente todas as pessoas que amam seus cães já devem ter pensado nesse assunto. Mas nem tudo são flores... E como em qualquer outra profissão, além do sonho de ser um profissional competente existem os desvios e obstáculos que devem ser superados.


Escolhemos a Dra. Audrey Haag para abrir nossa série de entrevistas por 2 motivos básicos: primeiro porque profissionalmente, é uma pessoa que conquistou seus sonhos e que apesar das dificuldades dos obstáculos, não desistiu deles. E, em segundo lugar, porque na trajetória da equipe do Dog's Times ela foi sempre um apoio constante e uma torcedora generosa pelo nosso sucesso. Respondeu a emails aflitos de pessoas que nunca havia visto e que nunca mais deram notícia, escreveu textos e revisou outros tantos. Com vocês, nossa veterinária da mais alta confiança, Dra. Audrey Haag.


Entrevista:
1. Porque é que você escolheu ser veterinária? Desde quando? Tem alguma coisa curiosa sobre a escolha?


Sempre gostei de animais. Aos 7 anos ganhei meu primeiro cachorro e comecei a acompanhá-lo à clínica veterinária sempre que era necessário. Logo me interessei e fui bastante incentivada não só pela minha família, mas também pelos próprios veterinários que atendiam meu cachorro. Depois disso... nunca tive vontade de seguir outra profissão.






2. Fale sobre a formação do veterinário. Quantos anos de curso? Como se estrutura (parte teórica X parte prática)? Estágios são obrigatorios?


Fiz faculdade no Interior de SP, em São João da Boa Vista. Lá o curso dura 5 anos, em período integral, ou seja, a gente tem aula o dia todo. Os dois primeiros anos são bastante teóricos, mas a partir do terceiro ano começamos a fazer as matérias de clínica, onde realmente colocamos a mão nos animais. O último semestre é todo dedicado ao estágio obrigatório, onde, além de cumprir um número mínimo de horas trabalhadas desenvolvendo relatórios e uma monografia, que serão avaliados no final por uma junta de professores acompanhado de uma entrevista.






3. Você acha suficiente o conhecimento recebido na Faculdade? O que faz/fez falta?


O conhecimento recebido na faculdade é a base de tudo. Vai ser através dele que vamos nos desenvolver o raciocínio clínico, mas o mais difícil é o dia-a-dia, a convivência com os animais e seus proprietários, a dificuldade de lidar com doenças em animais tão queridos e que nem sempre são fáceis de serem tratadas. Por isso os estágios são tão importantes quanto a faculdade.






4. Além da clínica de pequenos animais (em Pet shop), quais outras áreas de atuação de um Médico Veterinário?


A área clínica é subdividida em pequenos animais (cães, gatos, silvestres, aves...) e grandes animais (gado, cavalos, etc). Além destas áreas mais conhecidas, temos também a Inspeção e Tecnologia de Produção, onde geralmente o veterinário trabalha em grandes empresas e com a fiscalização dos alimentos de origem animal que comemos, oi que só pode ser realizado por um médico veterinário.


Com o crescimento do mercado veterinário, temos também muitas empresas fabricantes de rações, vacinas e medicamentos que cada vez mais empregam veterinários que atuam desde a área de produção até a divulgação do produto (Marketing Veterinário).






5. E aí você se formou e entrou prá valer no mercado de trabalho. Você acha que o seu dia-a-dia é melhor, pior ou igual ao que você imaginava antes? Quais foram as 'ilusões' perdidas e quais foram as 'gratas surpresas'?


Eu adoro o que eu faço! Acho que minhas expectativas em relação à profissão foram alcançadas. As dificuldades estão na carga horária (principalmente no atendimento das emergências) e na baixa remuneração. A gratificação acontece todo dia quando encontramos nossos clientes saudáveis e felizes e seus proprietários que, muitas vezes, tornam-se grandes amigos.






6. Você atuou tanto em clínicas de periferia quanto em clínicas de bairros mais ricos de São Paulo. Existem diferenças no tratamento recebido pelos cães por seus donos? Se sim, quais são as principais?


Tanto na periferia quanto em bairros mais ricos, os animais levados à clínica geralmente são bastante queridos por seus proprietários. Infelizmente vivemos em um país com grandes diferenças entre as classes sociais, o que obriga um grupo de pessoas a terem prioridades como casa, comida, saúde, estudos e algumas vezes, elas têm dificuldade em fornecer uma alimentação de qualidade para o animal, vacinas importadas e em dia e até mesmo exames ou medicamentos podem sair muito caro.


A informação, higiene e nível cultural também fazem muita diferença.






7. Quais as principais dificuldades na sua profissão. Os donos ou os cães? Porque?


Quando fazemos a consulta de um animal, dependemos muito das informações que nos são trazidas. Animais bem observados e informações verídicas facilitam muito o nosso trabalho. Além disso, lidamos muito com a ansiedade do proprietário, a dedicação e os cuidados que ele poderá dispor para aquele animal. Para que um tratamento dê certo, precisamos, obrigatoriamente, do conjunto veterinário + proprietário + animal.






8. Quais os principais erros que você identifica no cuidado dos cães pelos proprietários? O que você recomendaria?


A grande maioria dos erros está no excesso. Ou seja, a melhor alimentação é a balanceada para o animal: ração. Não é certo dar petiscos humanos ou o que estiver na mesa da família. Muitos proprietários também ficam aflitos com qualquer sintoma de doença e medicam o animal como se ele fosse um ser humano... Mas ele não é! e muitos dos nossos medicamentos não são indicados para animais.


Outro erro comum está na educação do animal de estimação... ele deve ser educado a partir do momento em que entra em nossa casa. Se achamos engraçadinho aqueles pequenos erros do início, dos primeiros dias, será muito mais difícil corrigí-los no futuro.






9. Qual foi o pior caso que você já atendeu? Porque? Qual foi o caso mais CURIOSO que você já atendeu?


Quando escolhemos fazer veterinária e, principalmente, seguir com a clínica de pequenos animais, sempre imaginamos nossas vitórias e animais saudáveis e curados. Infelizmente lidamos com o outro lado também. Toda vez que se faz um diagnóstico de doença grave ou quando perdemos um animal, esse caso é muito ruim. Para mim, o pior na clínica é ter que lidar com a eutanásia.


Os casos mais curiosos costumam acontecer com filhotes, por serem muito brincalhões e estarem descobrindo o mundo... normalmente eles acabam caindo em latas de tinta, engulindo pés de meia e até camisinhas!






10. Em termos de infra-estrutura... A Medicina Veterinária vem evoluindo muito nos últimos anos. O que você ainda sente falta?


A infra-estrutura está cada vez melhor. Salas cirúrgicas apropriadas, especialidades como destistas, ortopedistas, anestesistas, neurologistas e oftalmologisas se desenvolvem muito. Mas para a nossa realidade, isso tudo ainda é muito restrito. Sinto falta do dia em que tudo isso possa estar mais próximo de toda a população.






11. Na sua opinião, os profissionais costumam se atualizar diante de tantas novidades?


Acredito que sim. Afinal, se tudo isso pode melhorar a qualidade de nosso trabalho, quem não fizer vai ficar para trás.






12. Você é a favor de campanhas de castração, como as desenvolvidas pelas Prefeituras? O que falta para que elas melhorem e sejam mais eficientes?


Sou totalmente a favor de campanhas de castração mas como nunca tive acesso a nenhuma organizada pela prefeitura, não posso opinar sobre ela. Só acho que falta divulgação, pelo menos entre os veterinários.






13. Você é criadora também. Na sua opinião, os criadores colaboram com os veterinários, informando corretamente os futuros proprietários sobre a importância do veterinário na vida do cão?


Existem diversos tipos de criadores... então não podemos tratar como um só grupo. Como em qualquer ramo, existem criadores conscientes e cuidadosos, que cuidam bem desde a cadela reprodutora, a cria e o futuro proprietário, até aqueles que entregam os filhotes e não deixam nem telefone para contato.


Um futuro proprietário cuidadoso deve informar-se ANTES a respeito da raça que pretende adquirir e conversar com alguns criadores ANTES da compra para não se arrepender no futuro.






14. Digamos que você tenha acabado de adotar/comprar um filhote. Como escolher um bom veterinário? Quais seriam as principais perguntas a fazer e critérios a usar?


Acho que um bom veterinário precisa passar segurança ao cliente, dar informações, estar aberto às perguntas (qualquer pergunta!) que o cliente tenha a fazer. Deve oferecer um local de trabalho adequado e limpo, e, principalmente, que o cliente se sinta bem ao lado do veterinário para que possa confiar nele. As principais perguntas estão sempre relacionadas à alimentação, cuidados básicos e educação do filhote.






15. Se você tivesse que escolher hoje, novamente, após esses anos de experiência, você ainda escolheria ser veterinária?


Escolheria sem dúvida!






16. Basta gostar de animais para ser uma boa veterinária?


Gostar de animais é muito importante mas não é tudo. Além deles lidamos com os proprietários, com uma carga horária extensa... precisamos continuar sempre estudando, tanto em livros quanto fazendo cursos de atualização... mas... quando a gente gosta do que faz, tudo isso passa a ser um grande prazer!

Audrey Haag, é veterinária formada pela pela Fundação de Ensino Octávio Bastos - São João da Boa Vista - SP e atua na clínica de pequenos animais desde 1991 e desde 1995, em parceria com o dr. Gilberto M Reis atua na Procao. Para conhecer mais sobre ela

Gabriella Giozet dos Santos

Profissão: Biólogo

Atribuições profissionais




Os biólogos executam atividades técnicas e científicas de grau superior de grande complexidade, que envolvem ensino, planejamento, supervisão, coordenação e execução de trabalhos relacionados com estudos, pesquisas, projetos, consultorias, emissão de laudos, pareceres técnicos e assessoramento técnico-científico nas áreas das Ciêcias Biológicas, com vistas ao aprimoramento de: Estudos e Pesquisas de Origem, Evolução, Estrutura morfo-anatômico, Fisiologia, Distribuição, Ecologia, Classificação, Filogenia e outros aspectos das diferentes formas de vida, para conhecer suas características, comportamento e outros dados relevantes sobre os seres e o meio ambiente; Estudos, Pesquisas e Análises Laboratoriais nas áreas de Bioquímica, Biofísica, Citologia, Parasitologia, Microbiologia e Imunologia, Hematologia, Histologia, Patologia, Anatomia, Genética, Embriologia, Fisiologia Humana e Produção de Fitoterápicos; Estudos e Pesquisas relacionadas com a investigação científica ligada à Biologia Sanitária, Saúde Pública, Epidemiologia de doenças transmissíveis, Controle de vetores e Técnicas de saneamento básico; Atividades complemetares relacionadas à conservação, preservação, erradicação, manejo e melhoramento de organismos e do meio ambiente e à Educação Ambiental.


Perfil do profissional:




a) generalista, crítico, ético, e cidadão com espírito de solidariedade;








b) detentor de adequada fundamentação teórica, como base para um ação competente, que inclua o conhecimento profundo da diversiade dos seres vivos, bem como sua organização e funcionamento em diferentes níveis, suas relações filogenéticas e evolutivas, suas respectivas distribuições e relações com o meio em que vivem;






c) consciente da necessidade de atuar com qualidade e responsabilidade em prol da conservação e manejo da biodiversidade, políticas de saúde, meio ambiente, biotecnologia, bioprospecção, biossegurança, na gestão ambiental, tanto nos aspectos técnicos-científicos, quanto na formulação de políticas, e de se tornar abgente transformador da realidade presente, na busca de melhoria da qualidade de vida;






d) comprometimento com os resultados de sua atuação, pautando sua conduta profissional pro critério humanísticos, compromisso com a cidadania e rigor científico, bem como pro referênciais éticos legais;






e) consciente de sua responsabilidade como educador, nos vários contextos de atuação profissional;






f) apto a atuar multi e interdiscilplinarmente, adaptável à dinámica do mercado de trabalho e às situações de mudança contínua do mesmo;






g) preparado para desenvolver idéias inovadoras e ações estratégicas, capazes de ampliar e aperfeiçoar sua área de atuação.






COMPETÊNCIAS E HABILIDADES






a) pautar-se por princípios da ética democrática: responsabilidade social e ambiental, dignidade humana, direito à vida, justiça, respeito mútuo, participação, responsabilidade, diálogo e solidariedade;






b) reconhecer formas de discriminação racial, social, de gênero, etc. que se fundem inclusive em alegados pressupostos biológicos, posicionando-se diante delas de forma crítica, com respaldo em pressupostos epistemológicos coerentes e na bibliografia de referência;






c) atuar em pesquisa básica e aplicada nas diferentes áreas das Ciências Biológicas, comprometendo-se com a divulgação dos resultados das pesquisas em veículos adequados para ampliar a difusão e ampliaçãol do conhecimento;






d) portar-se com educador, consciente de seu papel na formação de cidadãos, inclusive na perspectiva sócio-ambiental;






e) utilizar o conhecimento sobre organização, gestão financiamento da pesquisa e sobre a legislação e políticas públicas referentes à área






f) enteder o processo histórico de produção do conhecimento das ciências biológicas referente a conceitos/princípios/teorias;






g) estabelecer relações entre ciência, tecnologia e sociedade;






h) aplicar a metodologia científica para o planejamento, gerenciamento e execução de processos e técnicas visando o desenvolvimento de projetos, perícias, consultorias, emissão de laudos, pareceres etc. em diferentes contextos;






i) utilizar os conhecimentos das ciências biológicas para compreender e transformar o contexto sócio-político e as relações nas quais está inserida a prática profissional, conhecendo a legislação pertinente;






j) desenvolver ações estratégicas capazes de ampliar e aperfeiçoar as formas de atuação profissional, preparando-se para a inserção no mercado de trabalho em contínua transformação;






k) orientar escolhas e decisões em valores e pressupostos metodológicos alinhados com a democracia, com o respeito à diversidade étnica e cultural, às culturas autóctones e à biodiversidade;






l) atuar multi e interdisciplinarmente, interagindo com diferentes especialidades e diversos profissionais, de modo a estar preparado a contínua mudança do mundo produtivo;






m) avaliar o impacto potencial ou real de novos conhecimentos/tecnologias/serviços e produtos resultantes da atividade profissional, considerando os aspectos éticos, sociais e epistemológicos;






n) comprometer-se com o desenvolvimento profissional constante, assumindo uma postura de flexibilidade e disponibilidade para mudanças contínuas, esclarecido quanto às opções sindicais e corporativas inerentes ao exercício profissional.

Gabriella Giozet dos Santos
Profissão: Zootecnista

O Zootecnista é responsável pelo estudo da reprodução , desenvolvimento genético e acompanhamento da nutrição dos animais. São administradores rurais em fazendas. Estudam maneiras de prevenir e combater doenças que venham comprometer a saúde de animais usados em atividades como a pecuária.


Zootecnistas são profissionais responsáveis pelo estudo e controle da reprodução, aprimoramento genético e nutrição de animais criados com fins comerciais, que visam a aumentar a produção e melhorar a qualidade dos produtos de origem animal. Realizam experiências com alimentação e pesquisam formas de garantir as condições de higiene e de prevenir e combater doenças e parasitas, para melhorar a saúde dos rebanhos e a qualidade dos produtos derivados. Trabalham também como administradores rurais e planejadores de fazendas e instalações rurais.

Ovos sem colesterol e carne de porco light são exemplos do que pode fazer a pesquisa genética em busca de alimentos mais saudáveis. O campo da ciência que se preocupa com aspectos com esse da produção animal é a zootecnia. Muitas vezes confundido com o veterinário, o zootecnista é, na verdade, o profissional voltado para o desenvolvimento da produção.



Gabriella Giozet dos Santos